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Amor marcado na pele: pais de pets prestam homenagens e se emocionam ao falar do carinho recebido

O g1 conversou com tutores de Juiz de Fora, que falaram sobre a relação com cachorros, gatos, calopsitas e outros.

Conhece alguém que tem tatuagem de pet? Independente da resposta, você vai gostar de conhecer as histórias de amor entre humanos e animas que o g1 apresenta. A reportagem conversou com tutores de Juiz de Fora que explicam os principais motivos para zelarem e marcarem em suas peles os bichinhos mais queridos. É impossível não se apaixonar e se emocionar com essa relação milenar.

Amor e dependência

A relação entre humanos e cães é antiga, como conta a neuropsicóloga Mila Feital Montezzi:

“O cão foi o primeiro animal a ser domesticado, no período mesolítico da pré-história – 12.000 anos. A plasticidade comportamental dos cães (aceitar a liderança) facilitou a aproximação do ser humano, e hoje são como membros da família”

A profissional trabalha com terapia assistida por cães e conta com a colaboração de uma cadelinha, além de outra que passa por treinamento para os afazeres da clínica. Ela ainda tem uma outra amiga de quatro patas e um peixe, ambos pets que vivem exclusivamente na casa dela.

Ao ser perguntada sobre a dependência emocional entre pets e tutores, a neuropsicóloga alerta que todo excesso é maléfico. Os animais são considerados um grande suporte emocional para os humanos, mas isso não pode ser levado para o lado da compulsão.

É válido afirmar que os transtornos de dependência são preexistentes nos tutores, como, por exemplo, síndrome do pânico. Ao utilizar os pets como ponte para o meio externo, a pessoa se torna submissa na relação, como acontece com vício em tecnologia.

Tatuagem por amor

Adans Linn, um tatuador de 43 anos de vida e 14 de profissão, explica os diferentes desenhos que já eternizou na pele dos clientes.

“Já fiz leões, pássaros, peixes, cobras, insetos, tartarugas, gatos, cães e até uma cacatua. E talvez mais alguns que não me lembro agora.”

O tatuador explicou que, em alguns casos, os donos de pets contam toda a história de amizade e companheirismo com os animais durante as sessões, mas, em outros, os tutores preferem ficar calados, como ele explica:

“De uma certa forma, dá pra sentir que a homenagem está doendo mais por dentro, do que na pele. Já presenciei até choro de saudade.”

Apesar de ter um polvo tatuado no braço esquerdo, Adans explica que nunca pensou em tatuar nenhum dos seus animais de estimação: a vira-lata Teté e os jabutis Kiko e Olga.

A escolha pelo animal marinho foi por uma admiração já que, segundo ele, o polvo é um dos seres vivos mais completos do planeta.

Relatos e fotos

Isadora Benetelli, mãe do Saturno:

“A homenagem pro Saturno em forma de tatuagem tem muitos significados pra mim. Além de marcar, obviamente, o maior amor que eu já senti na vida, é um lembrete de como as coisas acontecem no tempo certo e de como o tempo cura, porque o nome do Saturno veio da mitologia [grega] onde o planeta simboliza o Deus do tempo. Acho que é a tatuagem que eu mais tenho apego porque fala muito pra mim e sobre mim, e ter ele em forma de planeta é a coisa mais fofa do mundo.”

Jullia Duarte, mãe do Loki e da Mel

“Eu decidi fazer essa tatuagem porque simboliza animais que fazem parte da minha história cotidiana. Eles me acolhem quando estou triste e celebram comigo quando estou feliz. Conseguem compreender direitinho o funcionamento da casa e da minha vida. No final do dia sou recebida em casa com muitos uivados, lambidas e pulos. O carinho de um cachorro não se compara com o de nenhum ser humano, o amor deles é o mais puro e incrível. Dessa forma, procurei a Fernanda [tatuadora], e ela conseguiu simbolizar exatamente eles na minha pele. Agora o amor está simbolizado. Eu olho para o meu braço, lembro que tenho o melhor amor do mundo comigo.”

Luiz Falcão, pai da Mafalda e Maria da Glória:

“Tanto a Mafalda quanto a Maria da Glória representam uma parte importante dos últimos 12 anos, pelas quatro cidades que morei. Mafalda foi minha companheira mais fiel. Inclusive, adotamos a Glorinha durante uma caminhada pelo Centro de São João del Rei. Elas representam a alegria da casa, e eu levo muito a sério o compromisso que assumi ao decidir ser tutor de cada uma delas. É uma responsabilidade com a vida de serezinhos especiais e que dependem 100% da gente.”

Ana Paula Sandí, mãe do Paçoca:

“O que levou fazer a tatuagem do Paçoca, meu gato, foi amor que tenho por ele. A verdade era que nunca tive afeição por gato, nunca maltratei, mas ter um bichano nunca tinha passado pela minha cabeça. Mas veio a pandemia e resolvi adotar um bichinho de estimação. Para minha surpresa, e de muitos, ele foi meu escolhido.”

Giovana Malvaccini, mãe do Fred, Guga, Teddy e Billy

“Eu não tinha tatuagem nenhuma até dois anos atrás, eu era doida para fazer tatuagem, só que eu acho que tatuagem tem que ter um significado e uma importância grande. Então eu falei: ‘Por que não tatuar meus pets que são meus filhos?”. Porque eu não tive filho humano, então eles são como filhos para mim. Aí fui e fiz o Fred e o Guga. O Fred veio a falecer, e eu peguei o Teddy. Nessa do Teddy eu fiz mais realismo mesmo. E agora veio o Billy, que eu retirei de maus tratos, agora a próxima tatuagem é dele.”

Sempre ao Seu Lado

filme “Sempre ao Seu Lado” retrata uma história bonita, porém, de dependência, desta vez, do lado canino. A obra retrata a vida do professor universitário Parker Wilson, interpretado pelo ator Richard Gere.

Em um dia, ao retornar do trabalho, ele encontra na estação de trem um filhote de cachorro da raça akita, conhecido pela lealdade. Sem ter como o deixar na estação, Parker o leva para casa mesmo sabendo que Cate, interpretada por Joan Allen, esposa de Wilson, é contra a presença de um cachorro.

Aos poucos Parker se afeiçoa ao filhote, que tem o nome Hachi escrito na coleira, em japonês. Cate cede e aceita a permanência do animal. O pet cresce e passa a acompanhar Wilson até a estação de trem e sempre retornava ao local no horário em que o professor estava de volta.

Mas um acontecimento inesperado altera a vida dele: Parker não voltaria mais para casa após morrer em uma reunião de trabalho.

Hachi não aceita a morte do amigo e passa a esperar por ele todos os dias na estação de trem, como fazia enquanto Wilson estava vivo. Esse ritual dura por 10 anos, até a morte do cachorro.

fonte: https://g1.globo.com/mg/zona-da-mata/noticia/2022/10/23/amor-marcado-na-pele-pais-de-pets-prestam-homenagens-e-se-emocionam-ao-falar-do-carinho-recebido.ghtml

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